ENGORDIM GRÃO INTEIRO
1) Qual a origem do uso do grão de milho inteiro na engorda de bovinos?
Nos EUA, na década de 70.
2) Esta dieta é utilizada em outros países alem dos EUA?
Sim, na Argentina na produção do Terneiro Bolita.
3) Por que a Agrocria optou por trabalhar com esta dieta?
Pela amplitude de uso, em função de dispensar o uso de volumoso e processamento do grão (moagem do milho), além da ausência de investimento em maquinário, instalações, etc.
4) Quais foram às dificuldades encontradas no início do trabalho?
Tivemos que adequar esta dieta a nossa realidade, pois confinamos animais de dominância de sangue zebu recriados a pasto, enquanto esta dieta nos EUA e Argentina trabalham com animais de origem européia e jovens (recém-desmamados). Além do índice de rejeição dos animais a este tipo de dieta, nestes países, é muito elevado.
5) Quais foram as adequações necessárias?
Concentramos nosso trabalho em dois pontos:
- primeiro foi preciso desenvolver um núcleo especial para esta dieta, para ser adicionado aos grãos de milho, pois o que existia no mercado não era eficiente;
- segundo tivemos que desenvolver também um sistema eficiente de adaptação dos animais à dieta.
6) Como a Agrocria chegou à tecnologia final?
Fizemos inúmeros experimentos, desde 2007, em parceria com a Universidade Federal de Goiás e Universidade São Marcos.
7) Qual é a composição da dieta de milho inteiro?
-15% de Engordim Grão Inteiro (núcleo Peletizado);
- 85% de milho grão inteiro.
8) Não precisa utilizar volumoso?
Não precisa e não deve ser utilizado.
9) No Engordim há fonte de fibra?
Sim. Nele contem um mínimo de fibra para garantir o perfeito funcionamento do rúmen.
10) Caso na região haja resíduos fibrosos, eles podem ser usados?
Sim. Pode-se usar de 10 a 20% de casca de soja ou 5 a 10% de caroço de algodão em substituição ao milho. Porém, os melhores resultados são obtidos com o uso exclusivo o milho inteiro.
11) Há necessidade de algum equipamento especial para misturar o milho ao engordim?
Não. Pode-se utilizar misturadores de ração, betoneira e até mesmo enxada.
12) Como a mistura é fornecida aos animais?
Divida em dois tratos, um no início da manhã e outro no final da tarde.
13) Quais os pontos importante no manejo desta dieta?
- Água de boa qualidade;
- Qualidade da mistura;
- Adaptação dos animais;
- Manejo de cocho.
14) O que é necessário para ter qualidade de mistura?
Basta termos uma mistura homogênea. O que é fácil de termos, pois trata-se de uma mistura de grãos de milho com peletes de Engordim.
15) Como é feita a adaptação dos animais?
Fazemos a adaptação dos animais à dieta com restrição de fornecimento.
16) Como funciona esta restrição?
Começamos fornecendo 1,2% do peso e aumentamos 10% de 2 em 2 dias.
17) Qual é o motivo da restrição de consumo?
No inicio do trato o rúmen do animal não está preparado para receber grandes quantidades de amido, por isso não podemos fornecer a dieta à vontade nos primeiros dias.
18) Caso não seja feita a adequada adaptação que pode acontecer?
Os animais podem entrar em quadro de acidose, o que vai reduzir o consumo de matéria seca e consequentemente o ganho de peso.
19) Existem outros cuidados especiais durante a adaptação?
Sim. Sempre que possível fazemos a adaptação a pasto, daí surgiu o confinamento a pasto.
20) No que consiste o confinamento a pasto?
Consiste colocar uma alta taxa de lotação numa pequena área (40 cabeças/ha), de forma que a foragem acabe em 15 a 20 dias e os animais fiquem apenas na dieta de milho inteiro.
21) Quais as vantagens do confinamento a pasto?
Em termos de manejo, possibilita que os animais façam troca gradual da forragem pela dieta de milho inteiro, garantindo saúde ruminal e melhorando o desempenho ruminal. Com o uso desta tecnologia, reduzimos o refugo de cocho dos bois a praticamente zero.
22) O que é necessário em termos de infra-estrutura para aplicar esta dieta?
Água de boa qualidade e cochos (uma banda de tambor de 200 l para 2 bois).
23) Como é o desempenho dos animais que recebem esta dieta?
O ganho de peso tem girado em torno de 1,5 kg/cab/dia, para um consumo de matéria original de 2% do peso vivo. O que tem resultado numa conversão alimentar de inferior a 5 para 1.
24) A melhora da conversão alimentar é o grande diferencial desta dieta?
Sim. Os animais nesta dieta precisam consumir menos para manter o ganho. Ou seja, para ganhar 1 kg precisam consumir 5 kg de matéria seca, enquanto numa dieta com volumoso, são preciso mais de 7 kg de matéria seca para ganhar 1 kg.
25) Uma melhor conversão significa um menor custo de arroba produzida?
Sim, porque os animais utilizam melhor o alimento, dessa forma precisam comer menos para ter o mesmo ganho.
26) Qual tem sido o custo para arroba produzida?
O custo da arroba produzida depende do preço da saca de milho. No estado do Mato Grosso, onde o preço da saca de milho tem saído entre R$ 10,00 e R$ 14,00, o custo da arroba produzida tem variado entre R$ 50,00 e R$ 60,00. Já no estado de Goiás, o preço do milho tem variado entre R$ 14,00 e R$ 18,00, o que gerado uma arroba entre R$ 60,00 e R$ 70,00.
27) Como tem sido o rendimento e o acabamento das carcaças produzidas?
Para machos anelorados, inteiros, temos observado rendimento de carcaça em torno de 55%. A cobertura de gordura tem sido superior a 4 mm.
28) Esta dieta pode ser aplicada a qualquer tipo de bovinos?
Sim, desde que os bovinos sejam destinados ao abate. Temos alcançado ótimos resultados com bois magros, novilhas, vacas descarte e até animais de cruzamento industrial recém-desmamados.